2008: Mudanças de Paradigmas

Um ano em que muito vai ser deixado para ser contado. O ano de 2008 marcou por tocar em questões antes controversas. Uma delas, com certeza, foi o cenário político norte-americano. Já tinha dito aqui que se Barack Hussein Obama fosse eleito o próximo presidente daquela nação, iria enfrentar questões oriundas do mundo moderno, que somente passaram a existir porque anteriormente não foram tratadas da forma que convinha.

As comparações com Martin Luther King Jr. foram imediatas, como aparecem também em outros espaços, que muito bem retratou essa figura esperada de alguém que enfrente esses pontos de frente. E as expectativas são muitas, que particularmente eu endosso.

A crise financeiro-imobiliária é um desses pontos, que levará o restante dos países a adotarem medidas para conter uma possível recessão global nos próximos anos. E essa crise só ocorreu devido à irresponsabilidade de alguns gestores. Somado a essa questão existem outras tantas que farão que os governos enfrentem um enorme grau de responsabilidade para a devida solução. Por tempos se acumulam políticas públicas ineficazes que apenas estendem os problemas, sendo eles passados adiante. O rombo contudo já se mostra atual.

Movidos pelo espírito de “faça alguma coisa”, e pelo modo em que se encontram as situações atuais, se mostrava premente a necessidade de buscar uma alternativa. E os estadunidenses a encontraram na figura de Obama, que resume bem as expectativas não só de seus cidadãos, mas também do restante do mundo. Busca-se agora uma potência líder no quadro internacional que seja mais humanizada, que saiba lidar com questões econômicas, sociais, políticas e ambientais de modo conciliador e justo com todos.

Muito já comentei por aí que não espero a formulação de verdadeiros milagres econômicos ou sociais, apenas não desejo mais a intransigência e truculência dos governos anteriores dos Estados Unidos. E espero que Obama trate dos assuntos necessários da forma mais adequada e racional.

Obama claramente irá defender valores nacionais, como todo líder deve fazer defendendo os interesses de seu próprio país. E existi aquele velho bordão de que o que seria bom para os EE.UU. seria bom para o resto do mundo. Creio que não será simplesmente assim. Quero apenas que o que for trabalhado dentro de sua política nacional possa ser adequado quanto ao resto do mundo, para que agindo internamente, Obama não vá contra valores esperados para todos os demais.

Este texto faz parte do Projeto G8

Leia também Bandeira Intacta para entender mais sobre a questão.

1988: A Constituição que buscou tornar os brasileiros cidadãos

Passados mais de duas décadas do autoritarismo militar, em 1988 se inaugurava uma nova ordem constitucional. A sociedade civil clamava por um sistema democrático que respeitasse valores individuais dos cidadãos e que retirasse do governo todo o poder de comando sobre a vida da população. Queríamos poder decidir ativamente sobre nosso próprio futuro.

Por tanto temer uma retomada das arbitrariedades do antigo regime, a maioria dos constituintes logo entrou em consenso de detalhar ao máximo os direitos que seriam preservados no texto legal. O que resultou em uma longa Carta que chegou a instituir artigos desnecessários.

José Sarney, então presidente do Brasil, dissera em momento anterior à promulgação da Constituição que ela tornaria o Brasil ingovernável. O que a meu ver não é acertada a afirmativa. Devemos lembrar que nosso vigente diploma legal permite, através de instituições por ela criadas ou reformadas, que conflitos político-administrativos fossem solucionados sem rupturas da ordem democrática. Vejamos o exemplo do impeachmet de Collor, que em outros momentos poderia ser resolvido por outras vias. Fatos bem menos relevantes já foram motivos de golpes políticos...

Contudo, muito se critica a nova Constituição por não ter em muitas de suas normas aplicabilidade instantânea. E mesmo declarando preceitos inovadores que valorizassem o ser humano, ainda assim pouco se alterou da realidade fática. Mas o que me parece falho aqui não é o texto legal, mas a atual legislatura. As normas estabelecidas são sim em sua maioria programáticas, declarando direitos que necessitam de regulamentação por leis complementares. Só que nossos legisladores pouco fizeram ou fazem para tanto. Enquanto muito da ordem econômica já foi regulamentada, a ordem social continua em sua maioria inacabada.

Sempre se houve dizer que vivemos um período de crise jurídica, no qual a população não confia no ordenamento vigente ou possui insegurança com ele, sem saber ao certo quais os reais direitos que se pode exigir. Pois digo que se trata na verdade de uma crise moral em que vivemos. Não temos um norte a seguir e não aprendemos a firmar uma vivência democrática que se renova diariamente. Sem saber que valores defender, permitimos que muitos políticos, que antes estavam nos bastidores defendendo a hoje tão odiada ditadura militar, se perpetuem no poder.

A Constituição consagrou grandes avanços para a sociedade brasileira. Mas ainda hoje não temos conhecimento de como manuseá-los. Por mais que existam distorções em sua estrutura, ainda assim, como já ouvi, ela é “a Constituição do nosso povo e do nosso tempo”, sendo o melhor que já pudemos construir.

Este texto faz parte do Projeto G8

1968: A realidade bate em sua porta

Eram os Anos de Chumbo, e o Brasil vivia em intenso sistema de repressão às manifestações sociais. Ainda assim o movimento estudantil conseguiu levar às ruas cem mil pessoas para protestar diante o caos imposto pelo regime. O descontentamento era flagrante, e a população se insurgia desejando mudanças na estrutura com o trato social.

Num momento anterior, me perguntava se depois do ocorrido em 1968 no Brasil, ainda teríamos a mesma consciência daquele instante... Se naquele ano o Brasil possuía 300 mil alunos no ensino superior e conseguia fazer manifestações do porte da passeata dos cem mil, em 2008 temos quase 5 milhões de universitários, mas se esvaeceu os protestos. Contudo a realidade opressora não se alterou.

O movimento estudantil de lá para cá em muito se politizou, busca a plenitude das liberdades democráticas que se almeja para toda a sociedade. Mas em sentido oposto caminham os demais estudantes, que se fecharam em grupo na busca da realização de interesses do seu segmento apenas. Desvinculados do restante dos indivíduos sociais, os universitários visam à sua satisfação profissional num mercado cada vez mais competitivo e excludente.

Mas não foi apenas o movimento estudantil que se diluiu, é a própria sociedade que hoje se cala perante os choques sociais. Assistimos aos imensos desequilíbrios desencadeados pelo modelo que adotamos, mas nada fazemos. Vultosas quantias são desviadas dos cofres públicos, multidões morrem vítimas de desequilíbrios ambientais não previamente solucionados, outros tantos de violência urbana não contida, como tantos outros conflitos que muitos sabem. E o que nos sobra é o silêncio, ou o murmúrio não ouvido.

Se durante o século 20 conhecemos várias formas de opressão pelo poder, como foi o caso brasileiro da ditadura militar implantada na década de 60, ao iniciar do século 21 temos novas formas de opressão, mas desta vez apenas dissimulada. E o que vemos é m distanciamento da população frente a essas questões. Enquanto se agravam mais os conflitos, e maior a inaptidão em solucioná-los, mais os indivíduos se resignam em não se interessar por alterar tal quadro.

A massa dos estudantes do ensino superior não possui nenhum vínculo político atualmente, e não me refiro aqui à filiação partidária, mas à defesa de ideais políticos que estruturam o Estado. E mais tarde serão estes os estudantes que formarão a elite econômica do país, o que se explica a perpetuação do modelo social vigente. A conduta tomada agora repercute pelos anos restantes, pois aquele que não se sensibiliza com a realidade, pouco se importa em defender uma postura de combate frente a esses valores. Passados os anos rebeldes, ninguém mais se rebelou.

Este texto faz parte do Projeto G8

A emancipação moral do homem

Hodiernamente encontramos pela vida inúmeros percalços, capazes de nos levarem ao descontentamento ou na descrença da vinda de melhores dias. Contudo, não devemos apresentar motivos para o desânimo, ainda há grandiosos convites para o viver. Em 'Convites da Vida' localizamos alguns destes.

Em tempos nos quais encontramos diversos apelos ao consumo desmedido, onde não apenas produtos são descartáveis, mas também relações pessoais também os são, torna-se freqüente o pensamento de que fruir dos prazeres fornecidos pela vida é se entregar ao hedonismo despreocupado.
A filosofia do Carpe Diem se mostra imperiosa, que é vivida até as últimas conseqüências. Como se viver o aqui e agora fosse livre de responsabilidade sobre o amanhã. Buscamos incessantemente a realização de nossas necessidades orgânicas, mas o preço para isso pode ser muito elevado futuramente.
O que a obra mencionada nos remete é justamente a reflexão sobre os valores aos quais estamos ligados, e busca nortear o caminho daqueles que procuram por uma vida mais sadia nos mais amplos aspectos.
Não sendo uma simples narração acerca da doutrina espírita, Divaldo Franco (pelo espírito Joanna de Ângelis) traz uma mensagem sobre a relevância de a cada instante buscarmos o aprimoramento de nossa postura perante a vida. Como bem diz, “não sejas aprioristicamente contra isso ou aquilo, antes de conhecer o conteúdo. Sábio verdadeiramente é todo aquele que consegue descobrir o lado útil das pessoas e das coisas”.
O que valora ‘Convites da Vida’ como uma obra de grande pertinência é o fato de seu conteúdo ser atemporal. Em cada um dos 60 pequenos capítulos, encontramos determinado convite a reflexão, que continua atual frente às questões que agora vislumbramos.
Decidir corretamente sobre as escolhas que fazemos nos é imprescindível. O convite à retidão e à probidade moral é feito em cada instante, e clareando a visão podemos então tomar melhor posicionamento.

PS: Você lê na página 38: “O engano passa, mas o dever retamente exercido fica. / A bruma se dilui, enquanto permanecem a claridade e o Sol como estados naturais da vida. / Descontrai-te, portanto, e atende aos teus deveres morais, atuante na comunidade em que vives com a alegria do semeador que antevê na semente submissa a glória do campo coroado de novos e abundantes grãos”.

1958: O jeitinho brasileiro ganhou o mundo

Somos vistos por muitos como um país atrasado e de população indolente e festeira, que não se vincula a nenhuma responsabilidade, o que justificaria inclusive o subdesenvolvimento brasileiro. E esse estereótipo é formado tanto por estrangeiros, quanto por nacionais. O ‘jeitinho brasileiro’ se formou como marca de nossa população, que teria o hábito de resolver alguma questão de forma improvisada e burlando alguma regra ou norma preestabelecida.

Contudo, essa visão deforma a realidade e cria generalizações que são impertinentes. Temos nós mesmos o costume de nos inferiorizar, ressaltando culturas de outros povos como mais elevadas, ou mesmo ‘mais civilizadas’. O sentimento de nacionalidade brasileira é pouco fomentada, assim como somos muito apáticos também em aspectos políticos.

Devemos compreender que somos uma miscelânea de outras culturas, e mais do que uni-las, assimilamos os traços positivos marcantes, renegamos os contrários em muitos dos casos, mas mais importante ainda, somos capazes de adaptar e formar um traço novo. É justamente essa pluralidade e diversidade nacional que molda nossa identidade. Portanto, longe de ser algo condenável, esse jeitinho (nosso brazilian way of life, que identifico mais como brasilidade) é louvável.

A Bossa Nova, ritmo musical tipicamente brasileiro que completa 50 anos este ano, é marca desse movimento. De variações de outros estilos (como samba, bolero, jazz) surge uma inovação que ganha o reconhecimento do público, inclusive internacional, sendo nomeado um ‘produto de exportação’.

Valores culturais pátrios são desprezados e subjugados, para passarmos a cultuar estrangeirismo como superiores. Quem foi que disse que abaixo da linha do Equador não existe sofisticação?Rompendo esse paradigma, devemos entender todos os traços culturais como únicos. Valorizando todos eles. Se por vezes usa-se esperteza de forma indiscriminada como motivo de trapacear ou contornar a lei ou os costumes, devemos entender tal ato não como característica do jeitinho brasileiro, mas como desregramento ético e moral que está sujeito qualquer indivíduo que não se ajusta à sociedade.

Quando passarmos a entender que é justamente essa plasticidade da cultura brasileira que nos fortalece, nos veremos com outros olhos। E agora chega de saudade...
Este texto faz parte do Projeto G8

PS: Retomando a organizar Pensamentos

Utilizados desde a antigüidade, os faróis foram concebidos para indicar aos navegadores que estavam a se aproximar da terra a localização de um porto ou para não encalharem em determinadas áreas perigosas. Construído na ilha de Faros, a primeira construção erguida desse tipo servia para marcar os portos de Alexandria, no Egito.

Um dos principais centros de estudo da antigüidade, Alexandria abrigava uma biblioteca considera a maior daqueles tempos, e se assim não o fosse, era, ao menos, a mais famosa. Diversos pensadores do passado passaram por lá, desenvolvendo importantes contribuições para as ciências.

Tal qual um farol se propõe iluminar o caminho daqueles navegantes que estejam a cruzar os oceanos, o Grãos de Areia também quer estabeler essa meta de nortear (da forma mais humilde que seja) os pensamentos dos navegantes dessa rede virtual. Assim, nomeamos mais uma categoria de textos a ser inserida no blog, como já preceituava anteriormente.

Para mostrar-lhes o percurso a ser seguido, criamos a seção Post Scriptum – Páginas Sugeridas, ou simplismente PS. Apenas para indicar referências de pé de página sobre algumas obras, que mais tarde os leitores poderão observar.

O Saber é justamente a associação dessa biblioteca ao farol, pois ao mesmo tempo que possui acervo vasto de conhecimento, sinaliza a todos a sua localização e seu uso, clareando a mente e a visão dos homens.

Não tenho a pretensão de abarcar a plenitude do conteúdo, esmiuçando todos os detalhes. Fica apenas a indicação, cabe a cada um seguir o caminho. Aceito minha limitação, mas pretendo fazer minha colaboração, continuando meu trabalho de construir pontes, ou buscando assim fazer.

1948: O Homem à frente do Estado

Após os violentos conflitos de outra grande guerra envolvendo muitos países do globo, a comunidade internacional novamente se une em prol de elaborar um organismo estruturado com a finalidade de zelar e manter a paz entre as nações. Tal qual a Liga das Nações, surgida após a Primeira Guerra Mundial, surge então a Organização das Nações Unidas tendo o mesmo ideário.
Com o objetivo comum de estabelecer garantias que colocassem o ser humano a salvo do poder do Estado, preservando seus direitos naturais, que devem estes ser atribuídos a todo e qualquer cidadão, independente de uma localidade geográfica, mas compreendido como pertencente a toda humanidade.
Nasce assim a Declaração Universal dos Direitos do Homem aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1948. Sua essência busca afirmar uma segurança jurídica ao indivíduo, mas paradoxalmente ela não possui força normativa capaz de vincular os Estados signatários a obedecerem a seus preceitos.
O objetivo daquela época era deixar evidente que o Estado não poderia se servir de seu aparato institucional para reprimir os seus cidadãos, assim como os que habitam os demais territórios nacionais. O que se procura é estabelecer uma organização política amplamente democrática, que respeite as diferenças individuais dos cidadãos e possibilite a harmônica convivência social.
Contudo, em tempos atuais, não bastam apenas afirmar quais são essas garantias imanentes do homem. Segundo o jusfilósofo Norberto Bobbio, vivemos uma crise jurídico-política. Com base nas dificuldades que enfrentamos em implementar medidas eficazes e eficientes para impedir que, apesar das solenes declarações, esses direitos sejam continuamente violados.
No entanto, como cidadãos que somos, cabe a nós também lutar para que aqueles direitos consagrados há 60 anos atrás possam ser efetivados. Isso se faz na cobrança e fiscalização de políticas públicas, na reivindicação jurisdicional de medidas de proteção, assim como a adoção de uma conduta correta, que respeite valores éticos. A mudança de postura deve começar em nós. Já sabemos o que deve ser feito, está no momento então de se colocar esses ensinamentos em atividade.

“Não importa o tamanho da montanha, ela não pode tapar o Sol”
Provérbio chinês

Este texto faz parte do Projeto G8

BlogBlogs - Uma meta de Bloguistas

Está ocorrendo na blogosfera uma campanha ("Mamãe, eu quero subir no ranking do BlogBlogs!”, cuja iniciativa se deve a inSUPORTÁveis e RafaBarbosa) que tem por finalidade ajudar os bloguistas participantes a subirem sua posição no ranking da rede social BlogBlogs.

A estratégia é simples, como a cada link que um blog recebe de outro influencia na sua posição, então o lance é receber muitos links de vários blogs, nem que sejam todos compelidos a fazerem isso, trocando entre si essa parceria.

Para participar também basta que você comente nesse post ou nesse, mandando o link da postagem sobre a campanha. E, claro, deixar os links dos demais participantes.

Veja quem também está nessa corrente:

inSUPORTÁveisRafaBarbosa.com - SNES-ClassicsLazerPaguei MicoTotalmente ResponsaNerdPobreDesconspiraçãoAté Tu BrutusBoneco de MeiaCogumelos - O Crepúsculo - Triplo Sentido - Caixa Pretta - Papibakigrafo - Fester Blog - Estranhos Europeus - Mundo Afora - Igaum - Senhor Coxinha - Macacumor - Jacaré não come Alpiste - Muita Pimenta - Blog Stereo - Portal Brogui - AJ - Seu estranho - E-Fail - Speed Racer Go Brazil - Pica Pau Brazil - Blog da Mandioca - Malcan - Kamikaze Blog - Mamão Papaia - Malvada - Blog Alternativa - Praticando Humor - Resistance Base - Tudo a ve - Esqueci as chaves - Os Gugas - Foodasticos - Medo do Ego - Denker - Quarto Universitário - SlinkBlog - Café com Pão - Blog do Tiago - Pior -XGoogle - Momento Piada - Fábio P. - Blogando Blog - Seu Boga - Drax - Corto Cabelo e pinto - Outside - Balabusca - Void - Torresmo Fresco - Quatro Minutinhos - Que Mario? - O Padre Voador - Mundo Véio - Mente Vazia é Oficina! - Cogumelo Louco - Vipuraí - Velho - N3tho - Corvos de Malta - NadaVe - Na Mosca - Bate Cabeça - Tô Zuando - Xerox66 - Comic World - Bravus - http://www.dveras.com/ - Medsi Downloads - Plano Beta - Sónaboa - Blog do Catarino - Dekantalabassi - O que rola na net - Infonet News - Dia Quente - Minino Bobo - Toques de Prazer - Erro 404 - Jose Carlos Jr. - Eh Memo - Gestantes - Blog do Ananias - Humoroto - Dicas na net - CRPO - Um Tudo - Cérebro de Batata - Seita Sempuu - {D}efeitos Especiais - Papo de Buteco - Tio Punk -http://www.hephesto.com/agrega/ - Oncioso - Suspensa - Vai Digitando - Top Pacaralhu - DJ Magu - SempreON - Pigg - Balastraca - Tudo Junto - Cidadão Maluco - Mundo dos Blogues - Usuário Compulsivo - Grãos de Areia pelo Infinito.

O Estado como instrumento de Defesa Social

Até a Segunda Guerra Mundial, os campos de batalha e seus episódios ainda ficavam longe do restante da população. Só que a partir daquele momento, com o crescimento da mídia atingindo um elevado número de pessoas, as notícias dos horrores da guerra passaram a chegar em grande quantidade para todos.

E não eram poucas mesmo, a guerra alcançou uma escala sem precedentes na história e com alto nível de sofisticação dos mecanismos de destruição e morte em massa – caracterizada como a época dos grandes massacres. Acontecimentos como esses levaram a uma forte conscientização popular pela necessidade de se criar mecanismos eficientes e eficazes para a implementação e manutenção da paz.

O que marcou foi a constatação de como o Estado pode servir do abuso de seu poder e matar tantos cidadãos de forma tão ampla. Os números da grande guerra falam por si só. O Estado, que é visto como o poder politicamente organizado e legalmente constituído, que justamente é estabelecido para a defesa dos indivíduos sociais que o compõem, foi o principal articulador da grande carnificina vivenciada naqueles tempos. E que vivenciamos ainda hoje em muitos momentos.

Foi para a defesa do homem, independente de qualquer vínculo pátrio, de etnia, de crença religiosa ou filosófico-política, que houve a necessidade de imposição de limitações ao uso do poder pelos governantes, estabelecendo garantias em relação àqueles que serão governados. Colocando o ser humano acima do Estado, devendo este respeitar valores e princípios em âmbito, inclusive, supranacionais. Pois o ser humano é visto como indivíduo que deve usufruir de direitos universais, sem distinções quaisquer.

Leis, tratados, convenções e outros tantos mais mecanismos normatizadores foram erigidos não para servir de garantia ao Estado para que os indivíduos o obedeçam em suas ordens. Mas ao contrário, para os cidadãos terem preservados uma segurança jurídica de que o Estado não viole mais os direitos mais básicos e fundamentais de todo ser humano.

Depois de grandes momentos de atrocidades (como na segunda guerra) ressurgem ideologias que buscam a promoção desses ideais de satisfação dos interesses individuais, respeitando também os da coletividade, para visar à conservação do bom convívio social. No entanto, resta saber se tais mandamentos estão sendo alcançados.

Invictus, o Grãos e o Sol

Depois de um semestre de existência, o Grãos de Areia muda novamente o layout – a primeira foi logo nos primeiros dias – mas permanece adotando o padrão de tons escuros. Modificações serão feitas aos poucos, para melhor apresentar o blog.

Porém, reiterando minha postagem de apresentação, faço aqui alusão à escuridão que seria a ignorância, e que nossa meta, como objetivo de todo blog, deve ser propiciar o debate. Por isso estamos aqui, para acender uma chama e iluminar idéias, norteando caminhos a seguir.

Desde os primórdios da civilização, o homem cultuou o Sol por sua posição de ser ele o responsável por trazer vida e iluminar o dia. Afinal, sempre fizemos referências para o que é claro seria algo bom, e o escuro é maléfico. Em grande parte das religiões se adota essa postura, desde o paganismo, que venera o Sol, até as derivadas do ramo abraâmico (judaísmo, cristianismo e islamismo) e também suas vertentes.

A divindade é simbolizada pela brancura, clareza pela luz e iluminação. E a escuridão era seu oposto, representação do mal. Por isso o Domingo, que marca o início da semana, é derivado do dia de culto ao Sol na antiguidade, e se presta veneração ainda hoje nesse dia. Nas línguas germânicas, a nomeação é bem explicativa, como exemplo no inglês: Sunday, Dia do Sol. Mas mesmo nas línguas latinas, Domingo deriva de Dia do Senhor.

Assim, passo a adotar a partir desta postagem a conduta de atualizar o Grãos de Areia sempre aos domingos, um dia para marcar o início de um novo período, que se intenta ser iluminado. E espero não descumprir essa meta. Dessa forma, por mais que haja escuridão à nossa volta, que possamos ser o foco de luz que a ilumina...

PS: Posso, contudo, fazer intervenções ocasionais durante o decorrer da semana, mas não desfigura o sentido do já estabelecido.

Sopros I

Um homem não pode carregar toda a dúvida do mundo em suas costas. Um homem é antes de mais nada apenas um fenômeno. Mas com exagerada freqüência, o homem toma a consciência do mundo para si. Acho que isso é ir longe demais. A alma do mundo toca no órgão da história, do qual cada uma e cada um de nós somos apenas um tubo. Mas não quero entupir a passagem de ar do meu tubo com minhas dúvidas! Preciso cantar a minha nota de forma que ela possa ser ouvida em toda a catedral. De qualquer forma, não tenho mais do que uma voz. Quando a alma do mundo me preenche com seu sopro, eu me ponho a assobiar alegremente. Eu sou um tom, uma cor e uma nuance no Universo. O protesto eu prefiro deixar para os outros. O contraponto é formado pelos outros tubos do órgão. Sem falsidades, eu posso ser eu mesmo.Francamente, só posso ser eu mesmo porque sei que sou também todos os outros. Também sou aquilo de que duvido. Também sou aquilo em que nãoacredito. Como tubo, estou ligado ao fole do órgão, a fonte original que sopra a vida em todos os tubos. Na verdade, o que pensamos não tem nenhuma importância. Afinal de contas, todos nós temos razão.
Jostein Gaarder

Pontes indestrutíveis

O Grãos de Areia, que acredita que blogs são uma ótima ferramenta da rede social, está a partir de agora disponibilizando o recurso Seguidores, que permite que outros usuários possam se unir a esse autor que vos escreve, para juntos melhor articularmos nossos conteúdos.
Não conseguindo viver isolado, o ser humano se reúne com outros, pois só em sociedade é que conseguimos nos desenvolver, alcançando a plenitude e satisfação de nossas necessidades. Costumo dizer que viver não nos basta, existimos apenas pela convivência. E se encararmos o ser humano como uma ilha, nossa meta passa então a ter que interligá-las.
Para os antigos romanos, as pontes eram de extrema importância, pois se deve em muito a elas e sua extensa rede de estradas, que eles conseguiram estabelecer sua superioridade militar. Permitindo que as legiões se movimentassem de forma rápida, eficiente e segura, ultrapassando barreiras naturais que outros povos ainda não conseguiam superar. Pois, por mais que as pontes já fossem conhecidas antes dos romanos, elas ainda eram pouco difundidas.
Foi a sua engenharia que permitiu que pontes de madeira fossem construídas de forma célere, para alcançar o inimigo ou chegar em povoamentos que se valiam de rios ou fossas – tática militar comum de defesa na época – para se impedir o acesso. Sem deixar de mencionar que, após constituído o domínio da área, as pontes e estradas serviam para ligar o novo território ao restante do império.
Seu uso era amplo, tanto que muitas cidades da Europa mediterrânea de hoje se derivam da existência de pontes romanas. Pois uma vez estabelecida a conexão, o povoamento era facilitado.
Desse modo, simbolizando esse elo, espero que desses pequenos grãos de areia que vocês, leitores, encontram por aqui, possam ser suficientes para se solidificarem e formarem blocos que sustentem uma ponte entre mim e vocês, e interligando ainda mais essa rede social que participamos e que eu os convido a fazer parte.

Vale lembrar que, dentre todas as construções romanas que perduram ao longo do tempo, estando em boas condições até a atualidade, a grande maioria são estradas e pontes. E não por coincidência, devido a sua simbologia de permitir a mudança e ocupação de espaços ainda não habitados, para os romanos, o nome de seu principal sacerdote era a designação daquele que constrói pontes, ou seja, o pontífice.

1918: Das trincheiras da guerra, um olhar para o século XX


No próximo dia 11 do mês de novembro comemora-se 90 anos da assinatura do armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O conflito foi o responsável por redesenhar as fronteiras da Europa e do Oriente Médio e por definir os rumos do século XX.
No início daqueles anos, uma onda de forte nacionalismo tomou conta da Europa. E foi ela uma das responsáveis por encaminhar o ritmo dos próximos anos. E quando, como exemplo, o tratado que pôs fim aos conflitos armados da primeira grande guerra foi assinado dentro de um vagão de trem na França, sendo a Alemanha forçada a aceitar a derrota e os termos da rendição, o sentimento de abalo desse sentimento fez surgir uma reação de rivalidade entre as nações.
Com o fim da guerra, o absolutismo monárquico pôde finalmente se encerrar. Mas não foi a garantia de governos mais democráticos, pelo contrário. Segui-se com a centralização do poder estatal com a ascensão de diversos governos totalitários, tanto de extrema direita, como os nazi-fascistas, quanto de extrema esquerda, como o comunismo soviético.
Foi a primeira guerra que impulsionou a indústria bélica, para o desenvolvimento de armas de maior potencial destrutivo, assim como o militarismo das nações. Com as notícias que chegavam das trincheiras cavadas para as batalhas, a sociedade passou a enxergar os horrores advindos com a guerra. Foram 19 milhões de mortos e outros tantos feridos, para no fim não se chegar a solução nenhuma.
Se o século XIX já havia terminado em clima de tensão, com as grandes potências em disputa por mercado consumidor e fontes energéticas e de matéria-prima para seus produtos industrializados, o século XX foi ainda mais conturbado.
Houve a falsa idéia de que o fim da primeira guerra, esta colocaria fim a toda e qualquer tentativa de guerra futura, pois os conflitos já estariam todos solucionados. Mas a primeira tentativa de se fazer um órgão que uniria todas as nações para buscar a paz entre os povos foi um fracasso. Não fomos bem-sucedidos em manter a paz por muito tempo...e ainda não aprendemos.

Este texto faz parte do Projeto G8

Ampliando horizontes

Os pequenos grãos de areia já lançados na blogosfera por este blog podem ser ainda em número diminuto, mas aos poucos vamos ganhando espaço. O autor deste blog agora também está em parceria com o Blogueiro Repórter, que produz conteúdo a partir de alguns colaboradores com bom conteúdo a expor. Por isso, é uma honra poder estar figurando entre a sua lista de co-autores.
Atualmente, os blogs, como veículo alternativo de informação e entretenimento, já influenciam a sociedade tanto quanto a grande mídia, conforme informa a coluna UOL Tecnologia.
Por tal razão, para tornar a informação levada até você leitor com maio qualidade, este blog estará se empenhando arduamente no trabalho. Desejo poder ajudar a tornar o espaço mais produtivo e atraente. Muito obrigado e confira lá o trabalho também desenvolvido.

Vale a pena acreditar

Segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o número de pessoas pobres – com renda igual ou inferior a meio salário mínimo – no Brasil reduziu de 35% para 24,1% no período de 2003 a 2008. Contudo, ainda é estimado em 11,3 milhões o número de pessoas que estejam abaixo da linha de pobreza. E segundo dados da ONU, no mundo são aproximadamente 400 milhões o número de indivíduos nessa situação.
Para contribuir para a erradicação da pobreza, muitos governos adotam medidas de assistencialismo financeiro, distribuindo uma renda extra a pessoas que se encontram nesse segmento social.
Mas tais medidas se mostram ineficientes. Pois acabam transformando esses indivíduos dependentes desse vínculo, sem se tornarem capazes de se emanciparem socialmente. É preciso criar mecanismos que sejam suficientes para permitirem que estes indivíduos não só saiam da margem da sociedade, como possam ser auto-sustentáveis.
Para haver uma verdadeira inclusão social são necessários planejamento e organização de políticas públicas e sociais capazes de identificar as raízes do subdesenvolvimento, para a partir daí investir na esfera que melhor propicie geração de renda através da economia solidária. Isto é, fazer movimentar renda sem exploração de outros indivíduos e do meio ambiente, e fortalecendo o grupo social a fim de possibilitar o bem estar de todos.
A efetivação dessas medidas deve ocorrer pelo cooperativismo nos três setores sociais, sendo o primeiro o Estado, o segundo o setor produtivo da iniciativa privada, e o terceiro setor a sociedade civil organizada. É dever de todos nós contribuir com essa causa, pois somente enxergando o bem-estar do outro é que conseguiremos estabelecer o nosso.
Leia mais em:
- CARE Brasil
- Ajuda atrapalha?
- Economia Solidária



Os Três Segredos da Sabedoria

A representação dos três macacos que adorna o pórtico de um templo em Nikko, no Japão, simboliza para a tradição budista o aforismo dos três segredos para a sabedoria. Oriunda da expressão em japonês ‘Mizaru, Kikazaru, Iawazaru’ que faz um trocadilho com a palavra saru (significando macaco) e zaru (ligado à negação) que possuem mesma fonologia. Em suma, se referem a “não ver o mal, não ouvir o mal, não falar o mal”.
Mas para a atualidade, pode muito bem ser útil para visualizar o infundado pragmatismo humano ou mesmo sua subverniencia. Exemplo maior que posso oferecer é o caso no qual ninguém vê a real conjuntura sócio-ambiental chinesa, não ouve os protestos da comunidade internacional e não comenta nada sobre o assunto.
Os EUA, paradoxalmente, se fazem de interventores mundiais para levar o que consideram ser um modelo de Estado mais justo e igualitário para as populações de outros países. Episódio que fundamentou a invasão iraquiana que, segundo motivos oficialmente divulgados, apresentava flagrantes desrespeitos a direitos humanos. Contudo, na mesma situação de desrespeito que se encontra a China, o governo norte-americano vela um profundo silêncio.
Mas seria injusto apenas acusar o supracitado país, pois muitos outros se encontram na mesma situação. Razão que se dá por ser hoje a República Chinesa uma das maiores parceiras comerciais de muitas nações e ser o seu desenvolvimento econômico que eleva a economia global.
Como canteiro de obras do mundo, a China sepulta junto à sua base milhares de vítimas da opressão estatal. Visualizamos essa atitude na construção da hidroelétrica Três Gargantas que, quando concluída, será a maior central de produção de energia elétrica do mundo. Para o crescimento da economia nacional o governo comunista chinês não se preocupa com os impactos ambientais, culturais (com a inundação de locais considerados patrimônios históricos ou naturais) e sociais (no descolamento de grande contingente que sobrevive dos recursos da região e que terão que ser remanejados).
No descaso com os valores já consagrados com imanentes aos seres humanos – como explicitado na Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Organização das Nações Unidas – a China prossegue seu caminhar, seguida pelo silêncio dos governos internacionais que, para proteger seus mercados nacionais, aceitam tais atitudes.
A figura dos três macacos sábios foi inspirada na crença de que se os homens não olhassem, não ouvissem e não falassem o mal, formaríamos uma sociedade mais pacífica. Mas meu parecer me faz sugerir o contrário. O que necessitamos é não reproduzir o mal, mas ver, ouvir e denunciar tais atitudes é nosso dever. Se muitos permanecem calados, creio que há de ser a hora de alguém quebrar a corrente e iniciar os debates.

Continue lendo – Os grilhões que amordaçam uma Voz

1808: A Criação do Estado Brasileiro

Afugentados por Napoleão Bonaparte, a Família Real portuguesa desponta de Lisboa para o Rio de Janeiro, fazendo uma pequena parada em Salvador. A chegada no Brasil, em 1808, foi marcada com calorosas festividades e entusiasmadas saudações da população local, orgulhosa por receber e abrigar a nobreza lusitana.
A manobra política de D. João VI de desviar o controle político de seu reino sem ter que enfrentar as tropas napoleônicas garantiu sua permanência no poder e o controle de suas possessões.
Já com a presença pessoal do príncipe regente por aqui, a integridade territorial brasileira foi garantida, mesmo que para isso se fizesse o uso da força. Afinal, muitos movimentos separatistas eram violentamente reprimidos pelas tropas reais, que rapidamente se moviam por ordens de D. João.
De modo que, antes mesmo do processo de independência da metrópole, a composição e estruturação do Estado nacional brasileiro já haviam sido forjadas. O que fez com que os movimentos de independência posteriores se limitassem à luta pelo controle de um Estado já constituído.
Por não ter um histórico de movimentos revolucionários de emancipação bem sucedidos, o povo brasileiro ainda é incipiente, como já mencionei aqui antes, em estabelecer e defender seus direitos.
Estamos acostumados a receber pronto ao invés de ter que lutar para conseguir o que é nosso de direito. E por isso, muitas das vezes, aceitamos o que nos é dado tal qual como nos é oferecido, mesmo sendo possivelmente algo ‘precário’.
A formação do Estado brasileiro não foi instituída com participação popular, e se hoje possuímos uma arraigada estrutura hierárquica que não é contestada pela maioria dos cidadãos, devemos isso ao conservadorismo estabelecido pelas políticas logo aqui implantadas por um poder central unificador.
A emancipação política brasileira, movida por um segmento social dominante, nos levou a ser a primeira (e mais duradoura) monarquia na América. Se não estou enganado, apenas o México também teve outra experiência monárquica, mas muito breve.
Por ter chegado aqui primeiro, D. João estabeleceu, mesmo que involuntariamente, que tudo o mais no Brasil chegasse tardiamente.
Esse texto faz parte da série Projeto G8

Blog Action Day

Mais uma grande iniciativa toma conta da blogosfera: é o Blog Action Day. Mais um motivo para fazer a diferença.
O objetivo do evento é reunir em um dia do ano todos os blogs, para abordarem sobre um só conteúdo. Daí, tendo como diretriz o tema central, é só ajustar o seu enfoque ao do próprio blog. Na edição de 2007, a primeira do evento, o tema foi “Meio Ambiente”. E neste ano a temática é “Pobreza”.
Unindo novas tecnologias de mídia, a divulgação do evento pretende formar uma conscientização global sobre a temática. E tendo informação em quantidade e qualidade suficientes, é só partir para a ação, que é nosso alvo principal.
No dia 15 de Outubro, a data escolhida pelo evento, esperamos por todos vocês.
Site oficial (em inglês), (em português).
Blog Action Day. Uma questão. Um dia. Milhares de vozes.

A Maturidade de Ideais

Desde o advento do Estatuto pertinente à infância e à juventude, todas as crianças e adolescentes passam a usufruir de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana e, além disso, são titulares de proteção integral devido à sua peculiar condição de pessoas em desenvolvimento.
Após postar conteúdo relativo a essa matéria aqui anteriormente, se notou que muitos internautas, reproduzindo o que já vem sido discutido na nossa sociedade, revelam certa crítica de como o ordenamento atual regula as relações infanto-juvenis.
Na realidade, o atual garantivismo feito para abarcar tal segmento da população demonstra total harmonia com o que se objetiva por uma construção de uma sociedade mais justa, livre e solidária. O que há de destoante é que há ausência ou insuficiência de políticas públicas básicas capazes de propiciar uma efetiva e eficaz realização desses direitos assegurados.
A fragilidade e deficiência dessas estruturas não conseguem assegurar uma implementação contínua e sistemática do ordenamento vigente para torná-lo condizente com a realidade social.
No mais, o Estado se encontra incapaz de implementar sozinho tais direitos, uma vez que é dever também da sociedade civil organizada e da família também os garantir.
A finalidade de tais dispositivos jurídicos se dá com a finalidade de que toda criança e adolescente possam ter condições seguras e saudáveis de chegarem à maturidade aptos de se tornarem indivíduos sociais cônscios de seus direitos e deveres. Por se tratarem das células sociais que darão continuidade ao prosseguir a vida humana, necessitam elas de tratamento especial.
Se quisermos preservar o amanhã e torná-lo mais justo, devemos impedir a perpetuação da marginalização da qual estão inseridas muitas crianças e adolescentes. Sem que com isso deixemos de cobrar deles sua responsabilidade de sujeitos que possuem não só direitos, mas também deveres com a coletividade.

O desmoronamento do Muro de Nova York

No início do século XVII os holandeses ocuparam uma certa ilha no norte da costa do continente americano que iria entrar para os anais da História. Lá fundaram uma colônia batizada por eles de Nova Amsterdã, na qual foi erguido um muro que serviria a um só tempo de limite do assentamento, como também para a sua defesa. Posteriormente, esse mesmo território foi tomado pelos ingleses, e a ilha passou a ser conhecida por Nova York, e a rua que passava por esse muro como simplesmente Wall Street (ou rua do muro).

Há um longo tempo que este local se tornou o centro financeiro dos EUA, e por diversas vezes presenciou crises alarmantes. Adam Smith dissera certa vez que o mercado dirigiria a economia nacional, quanto a internacional, como uma mão invisível, que livremente poderia garantir progresso econômico e estabilização financeira. Contudo, recentemente, mais uma vez o mercado financeiro mostra que o modelo liberal é falho e desastroso.

Já no século XIX alguns mercados nacionais passaram por crises econômicas devido ao liberalismo econômico, e no século XX não foi diferente. A Grande Depressão dos anos 30, como exemplo, minou a confiança no mercado livre e fez com que diversos países tomassem medidas protetivas. A atual crise financeira ocorrida devido ao colapso do setor hipotecário norte-americano, a seu turno, já acarretou uma cascata de falências e quebra de instituições financeiras, seguidas por uma onda de queda de Bolsas de Valores ao redor do globo, ocasionando nova frente de medidas de proteção do mercado nacional. Podemos destacar dentre a crise a concordata do tradicional banco de investimentos Lehman Brothers, que tinha 158 anos de existência e era o quarto maior do país; a venda da corretora Merrill Lynch, uma das maiores do mundo, ao Bank of America; o pacote de socorro de bilhões de dólares à seguradora American International Group (AIG) e o controle pelo Tesouro Americano das empresas financeiras Fannie Mae, Freddie Mac e Bear Stearns.

Para Josef Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, ‘a queda de Wall Street significa para o fundamentalismo de mercado o que representou a queda do muro de Berlim para as economias socialistas do Leste Europeu’, conforme diz ele ao jornal Estado de S. Paulo. E com toda razão estamos diante do desmoronamento do Wall Strett, enquanto tradicional marco da livre iniciativa, pois as medidas adotadas pelos EUA, estandarte do não intervencionismo estatal na economia, são fortemente marcadas por um protecionismo do Estado. Nada será como antes, creio eu... Iniciamos um período em que os governos demonstram claramente que entram numa era em que os mercados por si só não se bastam.

Versão atualizada em: 20/09/2009

Projeções

Depois de algum tempo de atividade, este blog se lança em sua primeira jornada de composição de uma série de textos temáticos. O “Projeto Oito Grãos de História” tem por objetivo formular exames sobre oito eventos que ocorreram (ou, em caso especial, sobre o que poderá ocorrer) em oito anos selecionados por mim.
Iniciarão as postagens a partir do próximo mês, e já antecipo que não haverá seqüência nos textos, podendo haver espaçamento entre eles. Para tanto, com o intuito de localizar algum que faça parte da série colocarei o símbolo G8, que representará a partir desse momento o projeto.
Espero que seja proveitoso o trabalho, e que aqueles que por aqui se aventurarem a passar agradem da iniciativa. Aguardo a visita de todos. E até a próxima postagem...

Em tempo: Outubro, antes de ser inserido no calendário gregoriano como o décimo mês, ocupava inicialmente a oitava posição entre os meses do calendário juliano. E se os chineses confiam que o número oito traz prosperidade, não custa em nada usar a simbologia por aqui.

(In)dependência

Após a imediata chegada de Dom João na costa brasileira, já em Salvador, seu primeiro ato enquanto governante foi promulgar a Abertura dos Portos às Nações Amigas, em janeiro de 1808.
A carta régia marca o fim do Pacto Colonial, liberando o Brasil do monopólio lusitano e dando início ao comércio internacional. E sem contar que, em abril do mesmo ano, Dom João ainda assina um novo documento revogando o alvará de D. Maria I, de 1785. Este tinha proibido a instalação de qualquer tipo de indústrias no Brasil (exceto as de fabricação de pano grosso, para confecção de sacos para o estoque de café e vestes para os escravos), mas agora já seria possível fundar qualquer tipo de investimento em solo nacional.
Mesmo tendo propiciado um pequeno surto de industrialização, a abertura dos portos deixou a pequena indústria nacional que estava para se formar em desigual competição com o mercado externo, principalmente o inglês. A Inglaterra já vivia internamente um longo processo de incremento e diversificação de sua economia, já o Brasil estava ainda marcado pela dependência da empresa açucareira.
A aristocracia rural foi o segmento que mais lucrou, pois houve a perpetuação do comércio agro-exportador. Evento que hoje apenas mudou da produção em larga escala do café para ter como carro chefe a soja.
Hoje, o Brasil detém 1,14% do fluxo comercial mundial, sendo a 10ª maior economia global, mas apenas a 24ª maior exportadora, conforme o jornal Estadão anunciou este ano.
Somos responsáveis por abastecer o resto do mundo de commodities. Pois isto agrada às grandes potências, e mercado consumidor não irá faltar. Se não negamos que somos politicamente independentes (ou pelo menos parcialmente independentes), não nos restam duvidas que, por mais que a economia brasileira tenha crescido, ainda há muito para se fazer, pois continuamos quase que totalmente dependentes do capital internacional.
Às margens do sistema, ainda permanecemos – há mais de 200 anos – apenas produzindo, disfarçadamente, pano grosso.

O que sobrou de Setembro?

Naquele dia 11 o mundo parou para assistir a queda de um dos símbolos da sociedade norte-americana. As Torres Gêmeas do World Trade Center, se localizavam em Manhattan, centro financeiro de Nova Iorque e, por conseguinte, dos Estados Unidos, o que causou forte abalo da moral e orgulho de seus cidadãos.
Mesmo tendo participado das duas grandes guerras, os EUA nunca tiveram sofrido tamanho ataque externo em seu próprio território. Essa demonstração de vulnerabilidade reanimou o temor latente da população oriundo da Guerra Fria, na qual todos viviam sob o perigo constante de haver uma guerra repentina e inesperada que desencadeasse a morte de milhares de civis.
O ataque terrorista, de autoria do grupo islâmico al-Qaeda, legitimou por parte do governo norte-americano a intervenção militar no Afeganistão e, posteriormente, ao Iraque, na denominada Guerra contra o Terrorismo.
Mas além desse ocorrido, outros ataques sucederam na Europa, o que ocasionou com maior pressão que os governos europeus e dos EUA se isolassem ainda mais dentro de suas fronteiras. A imigração foi dificultada, e os governantes iniciaram políticas de repressão e concentração de maior autoridade sob sua responsabilidade.
Medidas de restrição às liberdades individuais também foram tomadas pelo governo republicano dos Estados Unidos. Já se é possível que membros designados pelo governo espionem conversas telefônicas, cartas e correspondências eletrônicas de civis, além de prisões serem permitidas sem mandado judicial específico contra a pessoa e, inclusive a tortura oficializada pelo governo, que responde que ela é necessária para se obter informações privilegiadas daqueles que são acusados de terrorismo.
Com isso se fez crescer também na população uma forte onda xenofóbica. Estrangeiros já não são, principalmente agora, tão bem vistos pela sociedade local. Acontecimentos como o maior número de deportação de estrangeiros em aeroportos e ascendente perseguição de imigrantes clandestinos, como até mesmo a morte do brasileiro pela polícia inglesa são reflexos da política anti-terror.
O que vemos é que conjuntamente com as torres, o que ruiu também foram as liberdades individuais dos cidadãos. E quando ela se reerguerá ainda é um enigma. Aos poucos a poeira se assenta e podemos enxergar a nossa volta com mais clareza. Assim poderemos tomar melhores medidas, só não é possível permitir que o que se levaram anos para ser alcançado se perca em pouco tempo.

O Lula nunca foi a minha anta

Há pouco foi divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU) que somam mais de R$ 3,3 bilhões os prejuízos por irregularidade na aplicação de recursos que a União teve nos últimos sete anos e meio. Isso segundo cálculos oficiais de mais de 12 mil processos de corrupção que envolvem dinheiro público apenas da União (não entram no cálculo valores referentes aos Estados, Municípios e Distrito federal).
Surge que espontaneamente uma grande indignação pelos atos de nossos políticos. É humilhante a improbidade administrativa por eles desencadeada. A grande pergunta que nos surge é como eles conseguem fazer tudo isso com tamanha facilidade e total descaso com a opinião popular.
Logo se coloca a culpa pela situação no governo, que é omisso e não atua de modo a evitar que situações como essas aconteçam. O inferno sempre foi tido nos outros. A culpa dos erros cometidos está na irresponsabilidade de uma coletividade alheia ao próprio indivíduo que censura os erros, ou em um sujeito determinado. Em todos os casos o homem continuamente consegue arranjar alguém para expiar os próprios erros. A primeira atitude que tomamos é justamente essa, afastar de nós a inerente responsabilidade que possuímos.
Evidente que existem muitos culpados pela corrupção existente no Brasil, mas temos que aceitar que somos também responsáveis pela atual situação dos acontecimentos. A má gestão da coisa pública no Brasil se reflete pelo nosso descaso com a política.
Somos ainda uma democracia incipiente, na qual poucos são os cidadãos tem o interesse de participar na vida e afazeres nacionais. A resignação pela política que tomamos em muitas vezes não altera a realidade social em que estamos inseridos.
A construção da cidadania não se dá em apenas um ato isolado. Enquanto sujeitos políticos somos chamados a todo dia a exercer nosso papel de cidadão. Não apenas elegendo os governantes para o próximo mandato, mas também para fiscalizar sua gestão, questionando e intervindo quando for necessário para guiar o interesse público e não permitir que ele se exceda na sua conduta.
Somente quando todos assumirem suas devidas responsabilidades com a coletividade, tendo uma verdadeira participação habitual na vida pública, é que poderemos modificar o atual quadro político-social.

Selos

O blog Grãos de Areia se sente muito agradecido pelo reconhecimento que vem ganhando aos poucos devido ao seu trabalho.
Prova disso é a indicação de alguns selos que listo abaixo:
- Do blog LynneHouse recebo o selo "É mais gostoso com amor". O selo representa os blogs que amam algo e/ou alguém verdadeiramente (às suas maneiras). Acreditamos que se todos espalhassem um pouquinho desse amor, o mundo seria bem melhor...
Seja amor ao parceiro, à família, ao desconhecido, à profissão, aos animais, à natureza, aos amigos, ao mundo em que vivemos! Entregue somente a blogs que amam de verdade.
Eu repasso a indicação para o blog Do Amor que Sinto, de Dani Cabrera.
- Do blog Por Dentro do Mundo da Bola recebo o selo "Esfera al Intelecto y la Filosofia". Entregue por quem reconhece o mérito de quem trabalha com blogs.
Eu repasso para o blog Café com Notícias, de Wander Veroni.



Volto hoje (29/09/08) a essa postagem para deixar aqui mais alguns selos que este blog tem ganhado. São eles:
- Do blog Babel.com recebo o selo "Prêmio Dardos".
Eu repasso a indicação ao blog Repercutiu, de Daniel Leite.
- Do blog Com idéias e ideais eu recebo o selo "Esse blog me dá asas!".
Eu repasso a indicação ao blog I Said Goddamn, de Fernado Gomes.
- Do blog Café com Notícias, recebo um grandiosa seleção de selos.
Agradeço a todos pelo reconhecimento. Valeu.


Mais uma vez volto (08/11/08) para agradecer os seguintes selos dados ao Grãos:
Eu repasso a indicação ao blog Repercutiu, do colega Daniel Leite.
- Dos blogs Babel.com, Com idéias e ideais recebo o selo "Melhores 2008".
Eu repasso a indicação aos seguintes blogs:
. "Por dentro do mundo da bola", também de Daniel Leite;
. "Grito Pacífico", de Pablo Robles.
- Do blog Café com Notícias recebo o selo "Esse blog tem um sabor todo especial".
Eu repasso a indicação ao blog Com idéias e ideais, do colega Márcio Ribeiro.

Já antecipo que a aceitação do selo é voluntária. Assim, ficam livres para dispor do que fazer.

Só aproveitei para pretigiar...

Blog Day

Hoje é comemorado o dia do Blog - em inglês “Blog Day”. Isso porque a grafia 31.08 se assemelha ao vocábulo Blog.
Trata-se de uma nova forma de comemoração na blogosfera. Assim ao indicar blogs que o autor considera de conteúdo relevante e estes seguiram a corrente, o evento propõe a promoção de um ciclo virtuoso de informação e enriquecimento de informação e entretenimento.
Soube de sua existência já um pouco atrasado, mas de todo modo uma boa idéia sempre merece ser seguida. E espero estar fazendo da forma correta.



Tudo funciona da seguinte forma:
1- Encontre cinco blogs diferentes que despertem o seu interesse.
2- Avise os cinco blogueiros que você está recomendando-os como parte do BlogDay 2008.
3- Escreva uma pequena descrição dos blogs e coloque o link em blogs recomendados.
4- Faça um BlogDayPost no dia 31 de agosto.
5- Adicione a tag BlogDay usando este link e coloque também o post para o site oficial do BlogDay.



Aqui estão as minhas recomendações:
1 - Ipsis Litteris
Escrito Por francisco Grijó. Porque qualidade de escrita não se encontra em qualquer lugar. Fugindo da cultura de massa para tratar de temas que merecem ser debatidos.


2 - Repercutiu
Escrito por Daniel Leite. Dedicado ao debate de assuntos que, de algum modo, conforme o próprio autor, repercutem na sociedade.


3 - Sem Fronteiras
Escrito por André Martins, Lucas Catta e Lucas Fernandes. Portal que traz informações de forma simples sem ser simplória.


4 - Babel.com
Escrito por Letícia Castro. De conteúdo diversificado, também faz este blog uma interpretação crítica de fatos cotidianos.


5 - Pano de Chão
Escrito por Elisa. Uma forma divertida e bem humorada de ver a vida.


Creio que justamente trazer releituras de fatos corriqueiros, mas de modo produtivo seja uma das mais difíceis tarefas. Todos os meus indicados são justamente indicados por trabalharem com louvor neste quesito. Resumir grandes obras é tarefa árdua, pois se fosse simples fazê-la, não seriam grandes obras. Por isso, confira o trabalho de todos eles, afinal só mesmo tendo o contato com o criador que sabemos a qualidade da criatura.


E sim, Feliz Dia Internacinal do Blog para todos nós!

A Liga da Justiça

...na promoção de valores éticos

Nas últimas semanas, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem se debruçado sobre temas polêmicos para a sociedade. Já passaram ou ainda estão para serem julgados em suas sessões temas como: a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, a questão do aborto de feto anencéfalo, o uso de algemas no momento da prisão e a lei de biossegurança, que trata de assuntos como o uso de células embrionárias e organismos geneticamente modificados.

__________________________________________

Recentemente tinha comentado acerca da questão que envolve a cobrança da taxa de matrícula pelas entidades públicas de ensino superior. Assim também espero fazer comentários em breve sobre os temas acima mencionados.

Sala de controleJustiça, ninguém sabe ao certo o que é, mas todos a procuram. (Foto: O Globo)

O que desejo ressaltar neste momento é o fato de o STF ter finalmente voltado sua atenção para matérias de real importância para o país, o que deve ser a verdadeira função de um órgão de cúpula, e não debater assuntos casuísticos, como recursos impetrados em processos entre indivíduos isolados.

Quero expor que a Corte gasta muito de seu tempo resolvendo pendências pequenas, pois muitos processos chegam até esta instância. Os procedimentos processuais brasileiros são altamente protelatórios e burocráticos, que se arrastam no tempo e quando conseguem obter êxito, pouco podem efetivamente fazer, pois já deixou atrás de si um rastro de aflições. Com isso, mudanças na estrutura processual devem ser feitas para dar mais dinamicidade à justiça brasileira.

E como Corte Maior, o STF deve apenas se ater aos assuntos de interesse da coletividade e não aos da singularidade. Na defesa de valores mais vastos e meta-individuais, exerce ele a função para a qual deve traçar as suas tarefas.


Atualizado em: 12/09/2009

Um Mundo, Vários Sonhos

Seguindo a tradição dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, uma chama acesa em frente às ruínas do templo de Hera, em Olímpia, é mantida queimando durante todo o período das competições esportivas. O fogo, considerado sagrado, faz referência ao mito de Prometeu, que o teria roubado dos deuses e entregue aos homens.
O domínio do fogo representa a audácia humana pela busca do conhecimento, por almejar obter aquilo que só aos deuses estivera antes reservado, conquistando o poder sobre a natureza.
A China, que encerra a 26ª competição dos jogos da era moderna, demonstra que alcançou todo esse simbolismo. Em poucos anos tranformou sua economia, colocando-a entre as que mais cresce no mundo. Além de se situar no primeiro lugar do quadro de melhadas da competição, com 51 medalhas de ouro (100 no total).
De acordo com Jacques Rogge – presidente do Comitê Olímpico Internacional – “O mundo aprendeu sobre a China, e a China aprendeu sobre o mundo". Talvez seja este o pensamento de todos, que após a realização das Olimpíadas em seu território, a população chinesa possa ter aprendido um pouco do conhecimento dos outros povos.
As Paraolimpíadas ainda estão por vir, trazendo atletas com deficiências físicas, visuais ou mentais para as competições. Dando oportunidades de inclusão para todos, pois se existem aqueles que possuem certas limitações, devemos possibilitar a sua igualdade de tratamento.
Se a chama da tocha olímpica se apagou, fica acesa, ao menos, as esperanças de maior inclusão social para tantos outros que ainda não brilharam nas arenas, assim como o respeito de valores e direitos fundamentais em toda a circunferência do globo.

“É muito importante que o homem tenha ideais. Sem eles, não se vai a parte alguma. No entanto, é irrelevante alcançá-los ou não. É apenas necessário mantê-los vivos e procurar atingi-los.”

Dalai lama

Os grilhões que amordaçam uma Voz

Em 1989, S.S. o 14º Dalai Lama – líder espiritual e político tibetano – recebe o Prêmio Nobel da Paz, fazendo com que o Tibete, pouco conhecido na comunidade ocidental, ganhe maior expressividade internacionalmente, revelando ao mundo situações que a China comunista faz questão de negar.
Até 1949 o reino do Tibete possuía certa independência, mas após a Revolução Cultural liderada por Mão Tsé-Tung a China invade a região reanexando-a ao território chinês, assegurando que a província possuiria autonomia política e outras liberdades sociais. Mas o acordo foi apenas formal, nunca se efetivou.
Após vários conflitos com soldados chineses, o Dalai-Lama vê-se obrigado, em 1959, a se exilar na Índia, seguido de aproximadamente 85.000 tibetanos que foram para outros países vizinhos. Se no início dos anos 50 havia cerca de 7 milhões de tibetanos, hoje são menos de 2,5 milhões no território ocupado pela China.
Do norte da Índia, em Dharamsala, Tenzin Gyatso controla o governo de exílio, mas nenhum país reconhece o governo como oficial. De lá, ele difunde suas palavras e atenta a todos sobre o genocídio cultural realizado pela China no Tibete. Da ocupação da região até os dias de hoje, 95% dos templos budistas existentes antes de 1949 foram destruídos, milhares foram mortos, levados a campos de trabalho, ou se exilaram para não terem o mesmo fim, além de o governo chinês incentivar uma sincretização cultural em larga escala, introduzindo elementos da cultura chinesa no local.
Com os protestos que acompanhavam a passagem da tocha olímpica em torno dos países do globo se reacendeu a chama de discussões que pedem a autonomia do governo tibetano.
A China mantém a ocupação, mas à medida que se integra com a economia ocidental, insere aos poucos modelos de organização social distintos dos até então presentes no resto do país. Manter toda a população sob controle intenso, e afastada de pensamentos que deflagram a real situação por ela vivida não perdurará por muito tempo. A própria urbanidade que se espalha pelo país traz consigo novos valores, assim como o grande contato com a cultura liberal do ocidente.
A passos brandos, mas invariavelmente a China terá que ceder. Quais medidas serão adotadas ainda é incerto, mas o encontro de oriente e ocidente produzirá uma nova forma de pensar. E os sussurros vindos da cordilheira mais alta do mundo serão ouvidos.
“A opressão nunca conseguiu suprimir nas pessoas o desejo de viver em liberdade”
Tenzin Gyatso

Cérebros sem Sobretaxa – a Gratuidade do Ensino Público

...na promoção de valores éticos

Solidariedade. Foi esse o princípio utilizado pelos defensores da permanência de cobrança de taxa de matrícula pelas universidades públicas durante esta semana no Supremo Tribunal Federal (STF). O tribunal, contudo, julgando o recurso interposto pela Universidade Federal de Goiás contra a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reiterou o provimento em favor de sete candidatos aprovados no vestibular da instituição. Como havia outros recursos no mesmo sentido, e por se tratar de tema polêmico, o STF aproveitou o momento e editou a súmula vinculante nº12 por maioria dos votos, considerando inconstitucional a cobrança da taxa pelas instituições públicas de ensino superior.

__________________________________________

A Constituição Federal garante que as Instituições de Ensino Superior (IES) têm a obrigação de prestar um serviço gratuito. Mas como bem lembrado, as IES sustentam o princípio da solidariedade, garantindo que toda a sociedade é responsável por manter todos os indivíduos em iguais condições de benefício. Assim, aqueles que possuem condições financeiras devem contribuir para colaborar com o custeio do ensino para aqueles outros que não possuem essas mesmas condições.

Para onde pesa a balança...Conscientizando juridicamente o próprio Estado

Assim, o valor cobrado pelas instituições é tido como um preço público necessário para garantir outro dispositivo constitucional: a igualdade de acesso e permanência de todos na rede de ensino. Para tanto, o valor teria fundamental importância para subsidiar as despesas dos programas de assistência estudantil, como moradia e alimentação. Mas o próprio dispositivo constitucional prescreve que a União já tem o compromisso de destinar 18% da arrecadação de impostos para serem aplicados em educação. Dessa forma, as despesas apontadas pelas entidades devem ser supridas com estes recursos.

A questão que eu aponto agora é que as redes de ensino não sabem gerenciar bem os seus recursos, distribuindo solidariamente, isso sim, os prejuízos. Se hoje as instituições públicas estão sucateadas, não é por falta de verba pública, mas por imaturidade administrativa. Como bem referiu o ministro Lewandowski, o direito à educação é uma das formas de concretização do ideal democrático, para o qual a política pública mais eficiente para se alcançar esse ideal é a promoção do ensino gratuito, da educação básica até a universidade.

Atualizado em: 12/09/2009

Areias do tempo:

Grãos Associados:

BlogBlogs: